O Grupo Base
FAZER PARTE DE
É a experiência comum de muitos de nós nos sentirmos que não nos encaixamos em lado nenhum. As drogas deram-nos esse sentimento instantâneo de pertencer. Quando ficamos sóbrios, esse sentimento de pertencer induzido pelas drogas desaparece. Descobrir um grupo de pessoas sóbrias com quem nos possamos relacionar é um novo começo para nós. Vamos a reuniões com a máxima regularidade, preferencialmente todos os dias. Com o passar do tempo descobrimos que estamos mais
confortáveis numa reunião específica. Porque sentimos que “estamos em casa” ali, juntamo-nos ao grupo base e comprometemo-nos a assistir com regularidade. Damo-nos a conhecer a outros membros do grupo base, e ficamos também a conhece-los. Nunca mais temos de ficar sozinhos. Num dia mau, descobrimos que normalmente está alguém que nos percebe e nos pode ajudar a ultrapassa-lo sóbrio.
O GRUPO BASE
Como recém-chegados, ouvimos a sugestão de arranjar um “Grupo Base”, mas não temos a certeza do porquê. Muitos de nós tiveram em isolamento durante os últimos meses ou anos do nosso uso. Sentimo-nos de parte da sociedade e precisamos de nos conectar com pessoas que percebam. Encontramos essas pessoas em reuniões de Cocaina Anónimos.
APADRINHAMENTO TEMPORÁRIO
Uma vez que o nosso grupo base nos vai conhecendo bastante bem, podem por vezes agir como nossos padrinhos no início da nossa recuperação até termos um. Dão-nos sugestões e ouvem os nossos problemas. Explicam-nos para que são os Passos e até nos podem iniciar no trabalho. Dão-nos esperança para continuarmos a nossa jornada.
UM PODER SUPERIOR A NÓS MESMOS
Às vezes é difícil desenvolver um conceito de um Poder superior a nós mesmos. A nossa droga foi um poder tão grande, mas o que poderá ser maior que isso? Á medida que começamos a trabalhar o programa de recuperação, aprendemos que não temos defesas contra a nossa adição. Precisamos de um Poder Superior a nós mesmos, superior à nossa adição. Poderá não haver melhor sítio para começar que um grupo de adictos sóbrios. Os nossos próprios conceitos de um Poder Superior vão aparecer ao trabalharmos os Doze Passos. Até lá, é bom ter o poder do grupo connosco.
TRABALHO/SERVIÇO DE DOZE PASSOS
Pensamos com regularidade como podemos levar a mensagem ao adicto que ainda sofre antes de trabalharmos todos os Passos. A resposta é o serviço. Não foi importante para nós termos sido recebidos? Havia café feito? Alguém teve tempo para nos dar as boas vindas? As cadeiras estavam no lugar? Quem realizou a leitura no início da reunião? Estava alguém para despejar os cinzeiros? Conseguimos encontrar uma maneira de ajudar independentemente do tempo que estamos sóbrios. Foi nos dito que sair de nós próprios é das melhores coisas que poderemos fazer, e servir o nosso grupo base é uma maravilhosa maneira de começar.
RESPOSABILIDADE
Na nossa adição activa, éramos irresponsáveis e incompreensíveis com frequência. Punha-mos as culpas nos outros com frequência e nenhuma em nós próprios. Tomar responsabilidade no nosso grupo base é um bom passo em frente. Apesar de provavelmente não te tornares tesoureiro na tua primeira consciência de grupo, poderás ser a pessoa do chá, aparecendo mais cedo para ter a certeza que o chá está pronto para os que chegam cedo, e ficando até mais tarde para limpar as chávenas. Existe uma variedade de cargos que precisam de ser preenchidos na maior parte dos grupos: Responsável das cadeiras, Secretário, Representante de Serviço do Grupo, Cházeiro, Literaturas, Varredor do Chão entre outras. Todos são muito importantes. Existe sempre alguma coisa que podes fazer independentemente do tempo que tenhas sóbrio. Estar ao serviço do teu grupo base é uma boa maneira de praticar ser um membro responsável da sociedade.
Os benefícios de se tornar envolvido num grupo base são mais do que os que provavelmente poderás imaginar. Poderá ser uma parte importante do processo que que te mantém em ultima instancia limpo e sóbrio. Um dos nossos membros originais escreve, ”Ocorreu-me que quando muitos de nós passam a porta de Cocaína Anónimos pela primeira vez, fazemo-lo sem esperança, sem fé, mas com um pingo de coragem. Ouvimos as histórias e experiencias de outros e desenvolvemos esperança. Como resultado de continuar a voltar, e continuar a voltar, e continuar a voltar e trabalhar os Doze Passos, adquirimos uma abundancia de fé.” (Hope, Faith, & Courage xxviii-xxix)